sábado, 22 de março de 2014

7 coisas que aprendi em 7 meses

Amanhã Manuca faz 7 meses. Fiz algumas reflexões sobre esse período e venho compartilhar com vocês. São apenas reflexões, sem embasamento científico, sem teste de hipóteses, apenas sobre o que vivemos. 

Listei 7 coisas que aprendi (ou não) nesses 7 meses.



1. O "vício do colo" e a "sorte" de ter um bebê tranquilo

A viciadinha em colo aproveitando o colo do pai! Wrap sling, a salvação da lavoura!

Foi o que mais ouvi desde que Manuca nasceu. "Você fica carregando ela sempre que ela chora?" "Vai ficar viciada em colo, e você não vai poder fazer mais nada em casa".

Quando o bebê está na barriga, tudo o que mais queremos é ver o seu rostinho, sentir seu cheiro, carregar e abraçar o tempo todo. A gente espera ansiosamente por 9 meses (ou menos, ou mais) para carregar esses pedacinhos de gente. Ai o bebê nasce. Ai ele chora. Ai a gente não pode carregar. Ai ele tem que se acalmar sozinho, tem que aprender a ser independente. Ai começam as mil exigências em cima do bebê. Um ser que acabou de sair do local mais seguro que existia, onde ele não precisava fazer força para comer, dormir, respirar e chegou do lado de fora, onde ele precisa se esforçar para realizar todas essas tarefas. E nessa fase de adaptação (que vai durar tipo a vida toda) ele não pode contar com a única pessoa com quem ele esteve ligado. Por que as pessoas ficam tão ansiosas para separar a mãe e o bebê justamente quando eles mais precisam um do outro?

Me perguntei diversas vezes: qual o sentido disso? O que estamos de fato ensinando a eles quando não atendemos a um choro? Aqui em casa eu quero que Manuca tenha certeza de que pode confiar nos pais dela, por isso, não espero que ela se acabe de chorar pra atender, pego no colo mesmo...sempre peguei, desde que nasceu. Resultado: dei "sorte" de ter um bebê tranquilo, que quase não chora. Já passei o dia inteiro deitada com ela do lado, já fiquei com os braços doendo de tanto carregar. Mas essa fase é de entrega mesmo. Quando uma pessoa me disse: "mas assim você não faz mais nada", eu respondi "é pra isso que existe licença maternidade, pra cuidar do bebê e não do resto". Hoje ela tem 7 meses, e já consigo organizar melhor o tempo, porque a viciadinha em colo aqui gosta de brincar sozinha de vez em quando (bem de vez em quando mesmo, ela gosta é de companhia ehehehe)...

A cara que eu faço pra quem diz pra minha mãe que eu vou viciar no colo. Tsc. (Foto: Thais Figueiredo)


2. O bebê precisa aprender a ser independente e se acalmar sozinho

Aqui os dindos me ajudando a fazer ela aprender a se acalmar sozinha eheheheh (Foto: Thais Figueiredo)

Quando alguém me diz isso eu finjo que não ouvi e olho pro céu. Ok, quando você, adulto, "macaco véio", se sente triste, desesperado, aflito, vc se acalma sozinho né? Quem precisa de abraço, de aconchego? Ninguém né? Pare de se iludir: a gente não vai ser independente nunca! Todo mundo precisa de alguém (ou de alguma coisa) pra se sentir bem. Seja uma viagem para espairecer, se encontrar, seja o abraço de um amigo, seja o telefonema de alguém que mora longe, seja o colinho da mamãe. 

Também me pergunto porque tanta pressa em querer que nossos bebês tenham autonomia, por que não deixar que as coisas fluam? Por que não deixar eles serem o que simplesmente são: BEBÊS! Bebê chora, bebê tem medo, bebê não gosta de ficar sozinho, bebê se sente inseguro (percebe que se eu trocar "bebê" por "adulto" não faz diferença?). 


3. Como é difícil seguir os 6 meses de Leite Materno exclusivo


"Mas nem água ela toma?" "Dá um suquinho, menina, pra aliviar essa dependência do peito". Nunca imaginei como é difícl dar apenas leite materno ao bebê nos primeiros seis meses! O bebê vai crescer, vai virar criança, adulto, vai comer o resto da vida toda! Custa respeitar a mãe que faz a escolha da amamentação exclusiva? É importante e saudável pro bebê, vai ajudá-lo a crescer mais saudável, forte. É tudo que ele precisa nos primeiros 6 meses...além do que é a coisa mais prática do mundo! Ok, aqui foi mais um desabafo. ehehehehe


4. Depois dos três meses melhora

Uma das maiores falácias na minha vida! ehehehehehe! Você virou mãe, a partir de agora é fase em cima de fase, adaptação em cima de adaptação. Primeiro precisa acostumar com o mundo e que não está mais dentro da barriga. Depois tem que acostumar que já consegue enxergar melhor. Acostumar a sentar. Acostumar a comer. A engatinhar, andar, acostumar, acostumar, acostumar... Nesses 7 meses eu conheci uma paciência que nem sabia que tinha! Mas, maternagem é isso. Entrega, paciência e amor.

"Ah, mamãe, eu nem dou tanto trabalho assim, vai!" Manuca e Gael (Foto: Maína Diniz)



5. Ela já vai mamar de novo?


Incrível que quando se trata de bebê a gente quer que eles façam tudo que a gente não faz...é muito raro ver alguém que no dia a dia come em intervalos regulares e horários marcados. Mas o bebê não. Tem que comer de 3h em 3h! 
Mamar é alimentar, matar a sede, mas também matar a fome de amor, de atenção de conforto. E pra essas coisas não há hora marcada! E pelo menos aqui Manuela começou passando quase o dia todo no peito, e agora ela mesmo fez a rotina, mama na hora que quer, e, geralmente em intervalos de 2h...

Só mamo com hora marcada. Essa foi a mamada das 12:46 #sqn


6. O bebê sente tudo


Não sei se a ciência explica isso, mas aqui é a mais pura verdade. Basta eu estar ansiosa, querendo que Manuela durma para eu fazer alguma coisa, pronto. Ela não dorme. Fica lá, com aquele olhão pra mim! Li um trecho no livro "A maternidade e o encontro com a própria sombra", de Laura Gutman, que me ajudou a entender. Uma das formas de comunicação do bebê com a mãe é a amamentação. Quando estamos ansiosas, preocupadas, estressadas, eles percebem a nossa inquietação e a melhor forma que encontram de dizer "calma, mamãe, estou aqui com você" é mamando. Não foi exatamente com essas palavras mas eu achei fantástico! Nos dias que eu estou mais tranquila e sem pressa pra ela dormir, rapidamente ela capota.

"Ai ela veio me dizer que era hora de dormir, acredita?" (Foto: Maína Diniz)


7. A fórmula perfeita para criar um bebê


"Isso non ecsiste"! Cada mãe vai te dizer mil coisas que fez com o bebê e que funcionaram. Você vai testar, algumas vão funcionar outras não. Não se desespere! Encontre o que faz bem pra vocês! Na dúvida, dê amor! Busque informação, mas ouça sua intuição, procure dentro de você e encontrará o que vocês precisam! 

A fórmula para me criar é muito simples: x²+ 2ax.9x-5y e por ai vai...


Resumindo...

 o que aprendi nesses 7 meses de maternagem é que não existe fórmula pronta nem receita ideal. O melhor é deixar mãe e filho se conhecerem, se entregarem e se entenderem. E aos poucos a rotina vai aparecendo e as angústias desaparecendo (mentira, cada hora surge uma angústia nova ahahaahahaha). 


Quando se trata de criação de filhos existem várias divergências: amamenta até seis meses ou não, dorme na cama dos pais ou não, pega no colo ou não, dá mamadeira/chupeta ou não etc. Mas pra uma coisa não há divergência dar amor. Então, pra quem tá grávida ou tem bebê novinho, tranquilize seu coração e dê sempre amor. Não tenha medo de amar seu filho ou filha, de dar a ele o apoio emocional para que ele cresça seguro e certo de que tem amor. E se vierem palpites, antes de acatá-los, pare e pense se será o melhor para o seu bebê e você. 

E aqui seguimos, Manuca, eu e o pai dela, aprendendo cada dia uma coisa nova, cheios de dúvidas, incertezas e inseguranças, mas também cheios de amor!


"Tchau, pessoal, até a próxima! Eu vou continuar aqui, inventando arte!"

Beijos!



14 comentários:

  1. Você é o máximos mesmo, Loló!!! Te admiro cada vez mais!

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    1. Obrigada, amiga!! A recíproca é mais que verdadeira! Manuca mandou um beijo e sucesso!! Te amamos!

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    2. Lory, ficou lindo esse blog, parabéns!!! Bjão

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  2. Me emocionei aqui com cada palavra escrita. Esse sentimento é contagiante, Lore. Permaneça assim, um poço de sensibilidade, amor e dedicação à sua linda filhinha. Beijos

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  3. Muito lindo seu blog Lore, e esse post então, é muito legal! É incrível como muitas dessas dicas de como "educar" um bebê tem como objetivo final tornar mais prática a vida da mãe, buscando um caminho mais fácil. Mas o mais fácil muitas vezes não é o melhor para criança (e em em última instância para a mãe também). Essa sua energia e a forma como abraçou a maternidade são admiráveis. ;)

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    1. Obrigada, Cat! Exatamente isso! No geral pensam em maneiras de facilitar a vida da mãe, mas quem disse que maternidade é fácil? ehehehehehehe. è puxado mas valeu muito a pena!! Um beijo!

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    2. Com certeza vale a pena Lore, espero ter seu pique quando for minha vez! Beijocas ;)

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  4. Lori... quantas surpresas nesse blog, quanto amor! ô gente, já me apaixonei por Manuca e me reapaixonei por você!
    Muitas alegrias pra vocês!

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  5. Ê Lore sem palavras... que flash back legal. Parabéns por sua coragem, dedicação e atitude. Parabéns à essa sapequinha e ao papai. É tudo isso, só quem sabe sabe. Muito amor e sucesso!!! Solta a voz aí manukaaa!!! AAAAHHHHHHH!!!! rsrs.

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  6. Adorei Lore! Vc é uma mãe incrível! E ela está linda demais!

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